Da Avó Apolinária | From Grandma Apolinária


* Vídeo com selecção de imagens de naperons feitos pela Avó Apolinária. Ela já me ofereceu alguns que passaram a estar destinados a obras de arte a realizar!

* Video with a pictures' selection from Grandma Apolinária's doilies. She already offered me a few that will be a part of a work of art in the near future!



Algumas avós deste mundo serão sempre mais do que apenas avós.

É esse o meu caso. Tive o privilégio de ter vivido na casa ao lado da da minha avó até há bem pouco tempo. A minha "velhota", como eu lhe chamo carinhosamente, completou, há um par de meses, 88 anos. Desses, mais de metade designam-na como víuva e mãe de três filhos, e mais tarde avó de dois netos.

Dos seus 88 anos, dedicou os últimos 30 a mim e depois ao meu irmão, de quem cuidou sempre como se fôssemos mais do que netos e mais do que filhos, não fosse essa a dedicação das avós!...

Enquanto ser humano, reconheço nela um outro, e maravilhoso! Apesar da vida ter sido dura com ela, e em momentos ter visto a minha avó mais triste, não me lembro dela maldizer essa dureza. Faz parte da experiência e só dessa maneira, aceitando o que recebeu, ela consegue ter sempre o sorriso pronto!

Era ela que cuidava de nós quando estávamos doentes e ficávamos em casa; era ela que, quando estávamos de férias, construía baloiços de corda com assentos feitos de almofadas e tapetes para que ficassem mais fofinhos e nós pudéssemos andar neles o dia inteiro; fazia "fofinhos" (uma espécie de sonhos mas sem a calda) para o nosso pequeno-almoço; foi com ela que dei os primeiros passos no tricô e com quem (também) aprendi croché; era ela que fazia os meus fatos de princesa para o carnaval e também quem apertava ou alargava peças de roupa quando me tornei adolescente e queria alterar o meu guarda-roupa; foi com ela que conheci a história da minha família paterna...
E foi com ela que aprendi que não vale a pena guardar rancor seja do que for porque a vida requer alegria e bondade para com quem amamos, e também para os outros que são estranhos!

Obrigada Avó, por seres a minha!



Some Grandmas will always be more than just Grandmas.

That's my case. I had the privilege of living, untill recently, in the house next to my Grandma's house. My "velhota", how I call her with affection, completed 88 years old a couple of months ago. Half of which define her as a widow and mother of three, and later a grandma of two.

From those 88 years, she dedicated the last 30 to me and later on to my brother. She always took care of us as if we were more than her grandchildren and more than her sons, or we wouldn´t be talking about Grandmas' dedication!

As a human being, I recognize in her a wonderful one! Although life's been hard on her and in certain moments I'd seen her a little bit sad, I don't remember ever hearing her cursing that hardness. It's a part of the experience and only in that way, accepting it, she's able to have her smile always ready!

She was the one who took care of us when we're sick and stayed at home; was the one, when we had school holidays, that built swings out of rope with pillow's and carpet's seats, so it would be softer and we would be able to swing in them the whole day; made "fofinhos" (based on a traditional Portuguese recipe) for our breakfast; it was with her that I gave my first steps in knitting and with whom I (also) learned how to crochet; she was the one who made my carnival princess costumes and also who tighten and widen my clothes when, while a teenager, I wanted to renovate my wardrobe; it was with her that I was introduced to my father's family history... 
And it was with her that I learned that there's no worth in holding grudges whatever it is because life requires joy and kindness to those we love, and also for others who are strangers!

Thank you Grandma, for being my own!